Se de Hondarribia, pelo canto do olho (maneira de dizer) ,
miramos França; num pulo chegamos a terras francas, igualmente verdes ,
igualmente bascas. Muda a língua, a moeda é também a mesma (os preços não!), a
água igualmente tépida e agradável.
Vamos correndo as “capelinhas” todas, na esperança de um lugar aprazível para a
nossa vivenda, mas se França é o paraíso das áreas de serviço, o mesmo não se
pode dizer do cantinho basco à beira mar plantado.
Hendaye, com a sua área ao lado da estação de caminhos de
ferro, é exígua para tanta casa rolante, barulhenta e com ar desmazelado.
Passemos à frente…
St . Jean de luz afigura-se mais simpática, ali, à beira rio,
numa cidade que parece emanar luz e azul. Não ficámos a saber, a AS estava
completamente lotada.
Mais à frente a famosa Biarritz. Não nos pareceu que fosse
ali o nosso novo lar, mas, contrariamente às previsões, havia um lugarzinho
meio ao sol meio à sombra (N 43.46532 W
-1. 5716). Um companheiro português veio
logo a correr, ajudando na manobra e relatando as novas do sítio. Área paga (10
€), visita dos funcionários cobradores uma vez por dia a hora incerta, já lá
estava há 3 ou 4 dias e só tinha pago uma vez porque estava sempre na praia à
hora da cobrança. Luz incluída no preço, mas o francês que estava dois lugares
abaixo monopolizava a ficha elétrica porque ele tinha televisão, frigorífico e
“ordinateur”, imagine-se! Depois de uma discussão de surdos e muitos pontapés
na “grammaire” , lá conseguimos o que queríamos, bufff!!!
Em boa hora chegámos , não porque a AS fosse especialmente 5
estrelas, mas porque aquele calor de o agosto de 2012 convidava à água e a
praia era ali a uns parcos metros. A feminina praia de Milady.
E é essa a boa fama de Biarritz: sol, areia, mar. A cidade
tornou-se rival da Riviera francesa em 1854, depois da Imperatriz Eugéne ter
trazido Napoleão III para umas “vacances” . E daí veio o ainda atual glamour e provavelmente a animação
noturna.
O glamour vimo-lo
a passar, sobretudo nos elevados preços a brilhar em montras e esplanadas e num
restaurante de “huitres” que apenas bisbilhotámos, vendo travessas redondas
carregadinhas das suculentas ; a animação, essa, respirava-se ao longo do
percurso a pé até ao centro (uns bons 2,1 quilómetros!!!) e no concerto ao vivo
frente ao famoso Casino.
Interessante mesmo foi o “marche nocturne”, na praça
Les Halles , durante a leve frescura da noite. Artigos confecionados com
gosto, mas uma abismal diferença de preços quando comparados com o vizinho país
basco espanhol.
Ici, c’ est la
France, ici Pays Basque (diz a lenda que o diabo só conseguia pronunciar três
palavras em basco depois de o ter estudado durante 7 anos!!!). Correndo o risco
de ficarmos como o diabo, lá
continuámos. (Não sete anos, claro!)
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