sábado, 6 de julho de 2013

“V” de Vitória



Para quem atravessa Espanha e pretende chegar para lá dos Pirinéus, ou para quem regressa a  este cantinho ibérico, Vitória/Gasteiz fica no caminho (norte de Espanha, claro!) e não merece que seja desvio, antes paragem obrigatória.

O seu nome original era Gasteiz quando ainda se tratava de uma pequena aldeia. Foi fundada no topo de uma colina, no séc. XII. Tinha apenas três ruas que cruzavam a colina a norte e a sul, hoje na colina essa é a parte “vieja”.  Na realidade, a Vitoria de hoje tem mais de 200 e tal mil habitantes, muitas ruas e avenidas, uma rede de metro à superfície fantástica e é denominada “Capital Verde Europeia” . Ou melhor , o título foi-lhe atribuído o ano passado, e quando lá estivemos , em pleno Agosto, tal nomeação era bem notória. Certamente que em 2013 o verde e o título continuam, porque o que a rodeia não é para menos : a cidade está rodeada por um anel verde que forma um conjunto de 4 parques, já para não mencionar todos os outros parques e parquinhos no seio da cidade. Até o metro circula num carril forrado de relva!



A zona para AC também existe, 10 lugares (teoricamente) e grátis (N  42º 51' 57''   W 2º 41´7  ). Fica a mais de 2 quilómetros do centro mas nada que ou umas biclas ou o metro não resolvam – a cidade é plana, as ruas amplas e sempre ladeadas de verde. Para além do ar verde e puro, Vitoria respira qualidade de vida.
Iniciemos o nosso passeio pela catedral Nova, já do séc. XX, estilo neogótico. Depois, a Plaza da Virgen Blanca, dominada pela Igreja de S. Miguel. Ao longo das varandas dos prédios da praça dominam as marquises brancas , de vidro, e ao centro o monumento de homenagem à batalha de Vitória de Espanha face ao exército de Napoleão,  em 1813.


 Plaza da Virgen Blanca


 Esta praça comunica por um arco com a Plaza de Espanha, cheia de “arquillos”, onde se encontra  a oficina de turismo e o Ayuntamiento.


Plaza de España

Indo pela igreja de S. Miguel entra-se no casco viejo: ao longo das ruas até à catedral antiga muitos palacetes.. .
A catedral continua em obras. Vivendo desde sempre a iminência de poder cair, as obras continuam desesperadamente para que o seu testemunho seja salvo. Entrámos munidos de capacetes, observando as diferenças , o que ainda exibe rachas e fendas e as novas paredes, limpas e luzidias.



 Ao longo das ruas antigas sobressai ainda a toponímia medieval caraterística: rua Herreria, Pintoreria, Zapateria…. As casas medievais, os brasões  e os lindos murais…









A uns passos dali , a modernidade: um centro comercial ao ar livre com as lojas da praxe, esplanadas e  a vivacidade das gentes…

Outra forma de ver Vitoria é escolher um dos muitos percursos verdes no interior da cidade. Escolhemos o caminho pela Senda, desde o Parque da Florida até ao início do bosque de Armentia. Ao longo do largo e extenso passeio,  fomos admirando vários palacetes (um deles o Museu de Belas Artes e outro a sede do governo basco). No Parque del Prado aproveitámos para uma siesta (“em Roma , sê romano”). Para falar a verdade, os vitorianos pouco dormiam , aproveitavam antes o calor mergulhando nas suas piscinas públicas, já que o mar ainda fica a uns quilómetros.



Museu das Belas Artes

Na peugada de mais água fomos ainda até ao complexo de piscinas  em Gamarra   e  visitámos um dos pontos estratégicos e obrigatórios da cidade: o parque de Salburua onde se localiza o famoso centro de interpretação suspenso na natureza. Calcorreámos calmamente mais de 4 quilómetros, à volta da “balsa de Arcaute”, descobrindo veados e aves escondidas no seu reino verde e isolado.


 ( quem é, quem é?)





Finalmente, para a prática balnear,  juntámo-nos aos vitorianos e fomos até à “sua praia”: uma barragem e parque natural na zona limítrofe de cidade. Um parque extremamente limpo e organizado, com duches, barbecue, lavatórios, múltiplas áreas de estacionamento e de picnic, e , claro, as águas tépidas da barragem. 5 estrelas! Não fora os mosquitos e teríamos lá pernoitado. Assim, usámos e abusámos da área grátis em Vitória durante 4 noites. Sim , porque todos estes percursos à espreita de água , verde e monumentos não são coisa para um dia.




Vá e deixe-se estar, Vitória é para ficar.

Sem comentários: